Caixinha coletiva de absorventes íntimos demonstra sororidade na Casper Líbero

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Em um tempo onde casos de estupro coletivo são pautas midiáticas e o corpo da mulher é colocado ora como objeto sexual para o deleite masculino, ora como sujo e nojento, mulheres da Faculdade Casper Líbero levantam a bandeira da sororidade e coletividade e criam uma caixinha coletiva de absorventes para o banheiro.

Sororidade é um conceito muito utilizado no feminismo para descrever a coletividade entre mulheres que passa por cima das diferenças individuais e prega o amor entre mulheres contra o patriarcado, instituição mais robusta e cruel criada ao longo de nossa história.

A caixa coletiva de absorventes funciona da seguinte forma: cada vez que alguém é pega desprevenida e precisa de um pode passar por lá e pegar alguns, assim que puder, recomenda-se que ela deixe outra para a próxima mulher que passar pela mesma situação.

A caixinha foi colocada no 5º andar da faculdade como uma ideia inicial da Frente Feminista Casperiana Lisandra, mas dias depois foi jogada fora, pois por falta de aviso, faxineiras jogaram fora pensando se tratar de lixo. Com isso, a aluna do curso de Jornalismo do 3º ano, Sofia Rosas resolveu ajudar, comprou um recipiente de plástico, colocou um aviso em papel e os primeiros absorventes. “Eu não menstruo há 3 anos, mas já passei por vários apuros. Então, achei super bacana continuar com a ação” ela contou.

Já Beatriz Santoro, também aluna do 3º ano do curso de Jornalismo, conta que normalmente não utiliza absorventes íntimos descartáveis, mas um dia foi pega desprevenida e pôde recorrer a caixinha. Depois, mesmo não sendo adepta aos descartáveis, colocou alguns para repor.

Num ciclo de ajuda as mulheres que necessitam, todas saem ganhando!

Atividades Complementares: tire suas dúvidas

Por Bárbara Muniz (3JOC)

O que são Atividades Complementares?

Cursos de capacitação profissional, aulas de idiomas, participação em congressos, seminários e palestras, além de trabalho voluntário e publicações de textos em veículos de comunicação. Sucintamente, todas essas atividades englobam o que se chama Atividade Complementar.

Mas por que, afinal, existe essa determinação de Atividades Complementares para alunas e alunos da graduação de universidades?

É previsto em lei que cursos de graduação têm, necessariamente, uma carga horária estabelecida – a que, portanto, cada faculdade deve adequar-se a tal medida, distribuindo as horas entre as disciplinas do curso.

Contudo, ainda existe a obrigatoriedade do desempenho de atividades fora da grade do curso, uma questão “ditada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e em consonância com os Pareceres do Conselho Nacional de Educação – Câmara de Educação Superior, que tratam das diretrizes específicas dos cursos de graduação, com o Regimento Interno e as previstas no projeto pedagógico do curso”, de acordo com o regimento da própria Faculdade Cásper Líbero.

As atividades visam, essencialmente, colaborar para o desenvolvimento profissional da graduanda ou graduando, trazer mais repertório para o currículo de quem em breve entrará no mercado de trabalho.

Para que as alunas e alunos colem grau ao fim do curso, é necessário entregar uma série de comprovantes das Atividades Complementares realizadas desde o momento da matrícula.

Cumprir essa demanda pode até parecer custoso, mas a coordenadora ou coordenador de cada curso da Faculdade Cásper Líbero trazem dicas para quem estiver curioso sobre os trâmites das entregas de comprovante.

Dúvidas sobre todo esse processo de declaração? Todes nós temos! Por isso, a seguir estão compiladas as principais questões que alunas e alunos trazem para as coordenadorias sobre as Atividades Complementares. Confira!

 “Onde vejo as horas de Atividades Complementares que já entreguei?”

O caminho é simples: acesse o Portal do Aluno, abra o seu login no UniversusNet, e clique na aba “Vida Acadêmica”; em seguida, “Histórico Escolar” e “Visualizar”.

Aliás, existe um teto anual de horas de Atividade Complementar para cada categoria válida. Consulte sua coordenadoria.

#rp: http://casperlibero.edu.br/graduacao/relacoes-publicas/atividades-complementares-de-relacoes-publicas/

#rtvi: http://casperlibero.edu.br/graduacao/radio-tv-internet/atividades-complementares-de-radio-tv-internet/

#pp: http://casperlibero.edu.br/graduacao/publicidade-e-propaganda/atividades-complementares-de-publicidade-e-propaganda/

#jornalismo: http://casperlibero.edu.br/graduacao/jornalismo/atividades-complementares-de-jornalismo/

“Como entregá-las?”

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“Quantas horas preciso entregar?” Depende de quando você começou a estudar na Cásper:

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“Publiquei vários textos em alguns portais e não recebi nenhuma remuneração por isso. Vale horas complementares?”

Sim! Textos publicados em que estudantes não receberam remuneração valem horas de Atividade Complementar. Consulte a coordenadora do curso para negociar quantas horas complementares vale cada texto, pois essa é uma questão que varia muito de caso a caso.

Jornalismo ainda conta com vários laboratórios, como a Revista Esquinas, o Programa Edição Extra, a Rádio Gazeta AM, por exemplo. Participe bastante dessas atividades para angariar experiência profissional e – consequentemente – horas complementares.

“Vale entregar resenhas de filmes?”

Filmes, espetáculos, shows, mostras, atividades culturais valem e contam horas complementares! Atente-se se a temática do filme ou da peça tem a ver com o campo da comunicação e escreva a sua resenha para a Coordenadoria.

“Eu fiz aulas particulares de idiomas. Como declarar essa Atividade Complementar?”

É fácil. Peça para a professora ou professor de idioma redigir uma carta à Coordenadoria de Ensino contabilizando quantas horas de aula você presenciou no período desde a sua matrícula na Faculdade.

“Sou representante discente do curso/membro do grupo de ação da Frente Feminista Casperiana Lisandra/AfriCásper/LGBT/integrante de uma gestão do Centro Acadêmico Vladimir Herzog. Ganho horas complementares?”

Procure a Coordenadoria de Cultura Geral para receber uma declaração das suas atividades nos grupos e frentes. Depois, guarde na sua pasta para apresentar ao fim da graduação, na Coordenadoria do seu próprio curso.

Ainda há dúvidas?

#rp: relacoespublicas@casperlibero.edu.br/(11) 3170-5538/(11) 3170-5539

#rtvi: radioetv@casperlibero.edu.br/(11) 3170-5898

#pp: coordpp@casperlibero.edu.br/(11) 3170-5871

#jornalismo: jornalismo@casperlibero.edu.br/(11) 3170-5876

Cásper acessível: SOMOS TODOS IGUAIS!

Por Bárbara Cassia e Jordana Langella

“A nomenclatura do preconceito significa um conceito não formado. A partir do momento que eu quebro este conceito, todos nós nos tornamos iguais”.  Heloísa Rocha, jornalista e redatora do site da Gazeta AM , fala um pouco mais sobre a acessibilidade na Fundação Cásper Líbero.

Funcionária há oito anos, Heloísa, que tem 32, conta que sempre se sentiu muito confortável dentro da empresa e garante que quase todos os setores são acessíveis, inclusive a maioria tem portas largas, entradas com rampas de acesso, elevadores e catracas especiais.

Tatiane Cristina Ferreira, 33 anos, é funcionária há sete anos da Rádio Gazeta e concorda com os pontos citados por Helô, ressaltando que além de uma estrutura arquitetônica acessível, todas as pessoas estão sempre dispostas a ajudá-la. Apesar disso, nem todos são amigáveis. Quando trabalhou na secretaria sentia certa discriminação por uma parte seleta dos alunos que preferiam ficar na fila para pedir informações para outros funcionários a consultá-la. Tati explica que as pessoas precisam enxergá-la como um ser humano igual a todos e enfatiza “Eu vivo nos dois mundos, tenho o corpo deficiente, mas a cabeça ‘normal’ ”.

Quando perguntadas sobre os pontos positivos e negativos da infraestrutura oferecida pela Fundação, Helô e Tati concordam que não é fácil chegar ao andar ‘terceiro e meio’, onde localiza-se o banco, já que o acesso é exclusivamente por meio das escadas.

Tati também deixou um aviso aos “espertinhos” que usam o banheiro para pessoas com deficiência e deixam o ambiente bagunçado. A jornalista critica a falta de respeito e conta que muitas vezes encontra o espaço em uso e é obrigada a esperar muitos minutos do lado de fora.

Então, por favor, usem com sabedoria! Afinal, o banheiro foi adaptado para atender as necessidades das pessoas com deficiência.

Sobre a Fundação

A  Fundação Cásper líbero se adequou à Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência promovendo a igualdade de oportunidades para estas pessoas, sem aceitar nenhuma espécie de ato discriminatório. Também disponibiliza vagas de trabalho de acordo com a imposição de lei que determina que toda empresa com 100 ou mais funcionários deve destinar de 2% a 5% (dependendo do total de empregados) dos postos de trabalho às pessoas com alguma deficiência.

Atualmente, a Fundação conta com 34 funcionários que apresentam algum tipo de deficiência, garantindo as estruturas físicas necessárias para uma boa acessibilidade, além de fornecer um local acolhedor para o trabalho.

Ouça  abaixo os recados dessas duas jornalistas e quebre o seu preconceito!

A jornalista da Rádio Gazeta, Heloísa Rocha, deixou um recadinho especial para os alunos e funcionários da Fundação Cásper Líbero
A jornalista Tatiane Ferreira também deixou um recado para vocês

 

Fast Fashion: O barato sai caro – e quem paga a conta é você!

A indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo. Mas, como isso foi acontecer? Pode-se atribuir grande parte do modo de produção fast fashion? Aos consumidores? Ou todos nós temos uma parcela nisso?

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O fast fashion é uma indústria rápida, que proporciona aos consumidores um combo: renovação constante das peças disponíveis, tendencias entregues muito rapidamente e valores baixos. Isso gera a sedução dos consumidores, principalmente dos jovens, que passam à ter a capacidade de consumir com maior frequência tudo que sempre sonharam. Cria-se uma cultura do imediatismo. Ao mesmo tempo, o preço baixo, sai muito caro para o planeta e toda a estrutura que sustenta esse ritmo de produção. Eis que,
o equívoco maior é se distanciar disso e achar que a culpa não é também de quem compra esporadicamente em lojas desse segmento.

Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu- Consumo Consciente para um Futuro Sustentável, trouxe à tona alguns fatos que não devem ser ignorados: Só nos Estados Unidos da América, 22 bilhões de peças de roupa são produzidas anualmente, para abastecer uma população de 300 milhões de habitantes. Estima-se que cada pessoa descarta 30 kgs de roupas por ano. Para onde vai esse lixo todo? E como sair dessa armadilha que a indústria fast-fashion nos colocou? Tudo isso foi questionado e exposto por ele em uma sala lotada de estudantes e profissionais do meio da moda, em ciclo de palestras sobre consumo consciente promovido pela ONG Fashion Revolution, que atua globalmente como um agente transformador da moda atual, buscando conscientizar as pessoas sobre a forma de consumo e sobre os meios de produção. A ONG tem como sua marca o questionamento “who made my clothes?”, em português, “quem fez as minhas roupas?”, e incentiva os consumidores à questionarem as marcas sobre o produtos que eles possuem.

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É necessário lembrar que, apenas uma parte sai ganhando com essa indústria que vive dos exageros. Os donos das empresas, os grandes capitalistas. Um exemplo é o Amancio Ortega, um dos homens mais ricos do mundo e também dono da Zara, loja de roupas com quase 2000 unidades espalhadas pelo mundo. E como ele construiu esse dinheiro todo? Alimentando suas lojas com peças provenientes de um modo de produção precário, que são constantemente relembradas pela mídia, além de carregar muitas denúncias de trabalho escravo. Fundamental lembrar que, a maioria das pessoas que é cliente da loja, tem plena consciência que as roupas que chegam as araras todas as semanas – a Zara recebe em média 32 coleções novas por ano – passaram pelas mãos de alguém que foi explorado.

Mas a cadeia produtiva é um verdadeiro jogo de quem sai ganhando mais. Assim como exposto no documentário “The True Cost”, as grandes marcas de fast-fashion, originárias principalmente dos EUA e Europa, produzem suas peças em fábricas alocadas em países de 3º mundo. Os donos dessas fábricas, são massacrados pelas grandes marcas para entregar os produtos cada vez mais à preços menores, o que os leva a imporem extensas jornadas de trabalho e condições indignas aos seus empregados, que também ganham muito mal pelo o que produzem. E quando falamos ganhar mal, imagine o equivalente à até menos de US$ 1 por dia. Tudo isso para atender aos desejos dos consumidores, que são fascinados pela ideia de chegar às lojas e poder adquirir as “peças da moda” por verdadeiras pechinchas.

Mas sempre tem alguma luz no fim do túnel para situações. Há muitas iniciativas e pessoas que estão combatendo essa forma de consumo por meio de ONGS, documentários e movimentos ou até mesmo através de novas formas de produzir moda – de forma mais sustentável e ecologicamente correta. Também se fala muito que a escapatória da industria atual, é o retorno as formas de produção e o modo de consumo do passado, aonde as peças eram mais caras e bem feitas, e não havia essa necessidade de estar sempre renovando o que se tem no guarda-roupa. Apesar de não se enxergar a extinção do modo fast-fashion, algo já está bem claro: ele já se tornou insustentável em todas as esferas.

Espaço: A maior conquista dos times femininos no esporte casperiano

A trajetória e as conquistas das atletas da Cásper Líbero

Por Paola Zanon

Fundada no ano de 1993, a Associação Atlética Acadêmica Jesse Owens, mais conhecida como Atlética da Cásper, hoje acumula uma boa quantidade de troféus e medalhas conquistada por atletas de diversas modalidades que vão do Xadrez ao Rugby, com equipes masculinas e femininas. Mas nem sempre foi assim, especialmente quando se fala nos times femininos. Se hoje a Jesse Owens conta com meninas participando de quase todas as modalidades – com exceção apenas do Futebol de Campo, nos primeiros anos, não havia nem mesmo um time feminino completo para participar das competições. Segundo a ex-atleticana Maria Emília, o  foco inicial era o futebol masculino.

Emília fez parte da atlética da Cásper entre os anos de 2008 a 2013, sendo dois anos como ex-aluna, e contou que definitivamente os times femininos não participavam de competições desde o começo. Em sua época de atlética, os times eram formados por meio de um chamado catadão, em que as próprias atleticanas completavam as equipes, chamando suas amigas e meninas que estariam dispostas a jogar, mesmo sem ter habilidade para determinado esporte. E foi nesse catadão que ela começou a integrar os times de Futsal, Basquete e Tênis de Mesa, desenvolvendo um carinho existente até hoje.

Foi em seu tempo como atleticana também, mais ou menos em 2010, que viu as equipes femininas participarem de suas primeiras competições na NDU, um campeonato esportivo universitário. Os times que antes não eram estruturados e por isso não participavam de competições como modalidade oficial, estavam começando a tomar forma e amadurecer no sentido esportivo, com maior dedicação por parte das atletas, ganhando assim uma atenção maior da atlética. Para quem vê hoje os times femininos da Cásper competindo, é difícil imaginar que tenham começado desse modo.

O espaço conquistado pela dedicação das atletas foi tanto que hoje, a Jesse Owens dá a mesma atenção e importância aos times masculinos e femininos. É o que afirma a atleticana Beatriz Recco, que já está em seu último ano na faculdade. Segundo ela, a maior dificuldade não é por parte da atlética da Cásper, mas sim no meio esportivo universitário em geral, que não possui por exemplo times de Futebol de Campo femininos e ainda está começando a reconhecer o Rugby Feminino, já que não é a maioria das faculdades que possui meninas jogando essa modalidade.

Outro ponto que Beatriz aponta é a preferência, tanto da torcida quanto dos atletas, pela modalidade e não pelo gênero. Por uma questão cultural, o Futsal Feminino é o time que recebe maior torcida em seus jogos e recebe também uma maior procura por parte de alunas interessadas em fazer parte da equipe. A Diretora de Modalidade e atleta Lívia Martins conta que no começo de 2016, havia cerca de quarenta e cinco meninas participando da peneira para conseguir entrar no time, que em 2015 conquistou um título inédito: foram as campeãs da série B na NDU.

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Futsal Feminino exibe o troféu de campeãs da série B na NDU em 2015

Quanto a dedicação de atletas, Beatriz acredita que as meninas se dedicam da mesma forma ou até mais que os meninos. Para ela, a vontade de fazer o time crescer é pessoal, portanto o gênero não interfere e que em alguns casos, isso pode ser até motivador, a exemplo do Rugby Feminino, que luta por reconhecimento no esporte universitário em geral e esse ano, conseguiu participar do JUCA (Jogos Universitários de Comunicação e Artes) como modalidade demonstrativa, chegando em primeiro lugar no pódio. Pelo fato de não existir a modalidade em todas as oito faculdades participantes, ainda não é oficial. Mas são as casperianas do Rugby as maiores motivadoras da modalidade também em outras faculdades, para poderem enfim competir oficialmente.

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As meninas do Rugby comemoram o título de campeãs de modalidade demonstrativa no JUCA de 2016

No geral, as aletas de todas as modalidades são exemplo de dedicação e garra. Os esportes individuais como Natação, Tênis de Campo, Tênis de Mesa e Xadrez também contam com a presença feminina. Todas lutam pelo seu espaço e reconhecimento dentro do esporte casperiano, sendo respeitadas por isso. Ao ser questionada sobre o tratamento e atenção que recebe da atlética, Lívia diz que em seus quatro anos de faculdade o cargo de DGE (Diretor Geral de Esportes) dentro da Jesse Owens foi preenchido por mulheres, o que faz com que os times femininos recebam um cuidado ainda mais especial. Quanto a torcida, ela diz que por parte da Cásper, nunca se sentiu discriminada por ser mulher, mas infelizmente já ouviu torcidas adversárias gritarem coisas muito machistas.

A trajetória dos times femininos dentro do esporte casperiano é marcada principalmente pela luta e conquista de espaço. A diferença dos times femininos do  começo da atlética para hoje é muito grande. Há uma maturidade esportiva e finalmente, os times são completos. Um grande exemplo é o Basquete Feminino, que precisava de atletas de outras modalidades para se completar e hoje já tem mais de vinte meninas na equipe. Isso mostra que são times sérios, que merecem acompanhamento e torcida. Antes, a torcida em um jogo do Basquete Feminino, até mesmo no JUCA,  era inexistente. Mas ao conquistar pela primeira vez o título de campeãs do JUCA em 2015, elas mostraram seu valor e receberam torcida em todos os jogos no JUCA de 2016. Para Maria Emília, a única coisa que não mudou desde o começo da montagem de equipes femininas, é o amor e a vontade de fazer o time crescer.

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As meninas do Basquete, campeãs do JUCA pela primeira vez em 2015

Vem Comigo: o ponta pé para dentro das telinhas

Como uma empreitada da TV Gazeta é capaz de fazer os alunos da Faculdade Cásper Líbero saírem das salas de aula e sujarem os sapatos.

Por Giovanna Fiorani e Stela Zeferino

Para os alunos dos cursos de Jornalismo e Rádio, TV e Internet da Faculdade Cásper Líbero, a ação de sentar em frente à televisão no finalzinho das noites de domingo e sintonizar na TV Gazeta tem um gostinho todo especial! Afinal, é nesse momento que alguns daqueles rostinhos tão familiares durante as aulas diárias deixam de ser apenas colegas de classe e se tornam verdeiros astros do jornalismo.

O grande responsável por essa mudança interessante de papéis é o programa Vem Comigo, exibido pela emissora desde 2012 e que, a cada semana, reúne um novo grupo de casperianos para atualizar várias das reportagens feitas pelo jornalista Goulart de Andrade no decorrer de sua carreira.

A ex aluna Júlia Faria, formada na Cásper no fim do ano de 2015, fez parte daquela leva de futuros comunicadores que pôde acompanhar de perto o surgimento do programa e logo se animou com as oportunidades propostas por ele. Ela conta que, muito interessada em ter esse primeiro contato com a produção de TV, se manteve insistente na empreitada de conquistar aquele lugarzinho especial dentro da equipe da nova aposta da emissora.

Júlia, que teve a chance de atualizar a reportagem sobre a Força Aérea Brasileira produzida por Goulart no passado, não mede palavras para explicar como o envolvimento com o programa e o contato com a experiência profissional do apresentador se mostram como enriquecedoras oportunidades de inserção no mundo jornalístico, sendo um verdadeiro ponta pé inicial para construir uma carreira.

(Confira acima o resultado final do trabalho da equipe de Júlia, que teve direito a voos de monomotor, apresentação de um caça brasileiro e até um cinegrafista da Gazeta rodopiando pelos ares)

Os ganhos proporcionados pelo programa também são mais do que ressaltados pela Giulianna Muneratto, a sorridente repórter do lado direito da foto abaixo, que encarou a empreitada do Vem Comigo como algo mais do que um simples momento de desenvolver sua trajetória na comunicação, mas também como uma chance de identificar características pessoais que colaborem com as atividades da futura profissão.

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Equipe simpática que fez essa reportagem

Já Camila Alvarenga, que conheceu um pouco mais sobre a vida dentro de um criadouro de avestruzes (confira aqui como foi essa visita), mostra que o Vem Comigo foi responsável por fazê-la passar por grandes emoções logo em seu primeiro ano de faculdade. Após ser pega de surpresa ao encontrar seu nome na lista de aprovados da Cásper, a bixete teve que ousar na espontaneidade e produzir uma passagem para lá de caseira para concorrer à vaga de repórter: Eu já tinha ficado feliz porque tinha me inscrito para ser produtora e fui aprovada. E isso só melhorou, porque eles me ligaram, pediram para mandar um vídeo como repórter e tive que sair correndo para fazer. O vídeo ficou daquele jeito, né. Eu tava com a calça do pijama. Minha irmã me gravou andando pelo prédio de noite mostrando como as coisas funcionavam. E acabei passando! Só lembro de pensar: ‘Eles são loucos! Eu gravei um vídeo ridículo e eles ainda me chamaram para ser repórter (risos)’.

Mas, apesar da adrenalina do momento, Camila não pôde esquecer que ainda era estreante na carreira televisiva. Para ela, o apoio de toda a equipe do programa foi de extrema importância e acabou funcionando, tanto para ela quanto para seus colegas de equipe, como o grande incentivador dos dotes ainda escondidos daqueles futuros profissionais casperianos – além de propiciar momentos como os registrado pela selfie abaixo.

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Casperiano é um bicho amigável

E é relembrando momentos como este e este que a estudante de Rádio, TV e Internet, Mariana Zanzini, frisa o quanto a assistência especial ao estudante é importante. Para ela, que até então só tinha se inserido no ramo da televisão através de trabalhos da faculdade, o processo do Vem Comigo trouxe muito crescimento profissional: Foi a minha primeira vez gravando para a TV e com o workshop que eles dão antes da gravação eu consegui mexer com facilidade na câmera. Ela só era um pouco pesada, mas era bem fácil de mexer. E eles dão muito suporte com isso para você aprender a usar os equipamentos“.

Por esse e outros tantos motivos que, após ter vivenciado a experiência do Vem Comigo duas vezes, a única expectativa feita por Mariana é clara: buscar sua terceira participação.

Júlia Zayas, uma das futuras grandes repórteres que já passaram pelo Vem Comigo (como vocês podem ver aqui e aqui também),  pensa a mesma coisa que Mariana e ainda dá uma dica esperta de veterana:

 

Festival Path: Inovação para Transformar o Estudante de Comunicação

Em um mundo onde a única constante é a mudança, eventos de inovação e tecnologia podem transformar futuros profissionais de comunicação e redesenhar modelos de negócios.

Inspire, inove-se, transforme-se”. Este é o lema do Path, evento anual que reúne atores da inovação em uma proposta única de fomento ao empreendedorismo, economia criativa, sustentabilidade, tecnologia, comunicação, entretenimento e negócios. Por oferecer formatos múltiplos de interação com o público, que variam de palestras, workshops, filmes, exposições de arte a shows e feiras de foodtruck, o festival proporciona uma experiência única, atraindo públicos de todas as idades, diversos perfis culturais, formações acadêmicas e trajetórias profissionais. Este ano, o evento aconteceu em São Paulo, nos dias 14 e 15 de maio, e contou com o Instituto Tomie Ohtake, Museu A CASA, Teatro Cultura Inglesa e Centro Cultural Rio Verde para sediar palestras e oficinas; além de espaços ao ar livre para receber artistas como os baianos do grupo Maglore, a rapper Karol Conka e os roqueiros gaúchos do Picanhade Chernobill.

No Path, conhecer as trajetórias e poder interagir com palestrantes que fogem do tradicional quando o assunto é mercado de trabalho são as verdadeiras atrações àqueles que se interessam por novos modelos de negócios e possibilidades profissionais. E nesse sentido, nem o céu parece ser o limite: o rol de atuação vai desde publicitários que trabalham no “Movimento Maker” – conceito de produção horizontal, de baixo custo e com a finalidade de democratizar o acesso a produtos e serviços -; a engenheiros que atuam na criação de pontes “autoconstruíveis” por meio de impressão 3D – a primeira ponte assim será impressa em Amsterdã, na Holanda.  Absorver experiências que fogem do lugar comum não só ressalta o binômio “tecnologia e inovação”, como também evidencia tendências imperativas de mercado. Será que o investimento em pesquisas para compreender a influência tecnológica no comportamento do consumidor não poderia, por exemplo, ter evitado o nocaute sofrido por empresas como Kodak e Blockbuster, que simplesmente não conseguiram acompanhar as mudanças socioeconômicas resultantes dos avanços tecnológicos na década de 1990?  Ou, ainda, reposicionado a Nokia para que, em 2007, com o surgimento do Iphone, ela não tivesse que vender sua divisão de telefones celulares por 7 bilhões de dólares, sendo que a mesma Nokia já chegou a valer 140 bilhões de dólares?

Mas qual a relação de um festival como o Path com o momento profissional de um estudante de Jornalismo? Toda! Muito mais do que cumprir a exigência das atividades extracurriculares, eventos assim contribuem para estruturar redes de pessoas, trocar conhecimentos e, sobretudo, estimular a multidisciplinariedade do futuro (ou já presente) profissional. Criar conexões entre assuntos de diferentes áreas de conhecimento, que transcendam a formação acadêmica de origem, parece integrar cada vez mais as exigências profissionais. Aos estudantes, inovação para inspirar e transformar também pode se converter em mais oportunidades e mais livre-trânsito em meio às oportunidades de mercado. Um estudo de 2015 do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com a UFF (Universidade Federal Fluminense) revela que apenas 1/3 (33%) dos trabalhadores com nível superior no Brasil exerce funções diretamente relacionadas ao seu diploma universitário. Considerando também aqueles que desempenham atividades parcialmente relacionadas com a formação, este percentual sobe para 48%, o que significa que, hoje, a maioria dos brasileiros com acesso à educação superior pertence a setores profissionais que nada têm a ver com seu curso acadêmico.

Independente de atuar diretamente com comunicação ou não (que, por si só, já é bastante ampla ao envolver Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Rádio e TV ); ficar restrito à zona de segurança é também ficar sujeito ao tédio do previsível, reproduzível e repetitivo. E mais, é ficar distante da quebra de paradigmas e dos debates que (des)constroem pensamentos e opiniões, um processo que pode fazer toda a diferença em um contexto mercadológico no qual a única constante é a mudança.

 

Africasperianismo e resistência

africasperOs anos que sucedem a longa permanência nos colégios são diferentes e, sem dúvida, empolgantes. Entrar na universidade é uma abertura para milhares de novas experiências. No caso da Cásper Líbero, não é diferente. O número 900 de alma rubra localizado na tão movimentada Avenida Paulista traz para os calouros, além da paixão vermelha e branca, quatro anos minimamente incríveis. Desde de as festas e o JUCA, até as locuções na Rádio Gazeta AM, os jogos de luz nos estúdios do Edição Extra e as integrações no escadão sempre abarrotado de rostos jovens e animados. Mas, além de todas essas novidades, o mundo universitário casperiano também abre portas de um cosmos que oferece uma oportunidade valiosa: a de crescer e expandir os horizontes.

Dentro de uma instituição cheia de futuros comunicadores, é inevitável que relações de afinidade apareçam. Em alguma medida, pessoas que frequentam o mesmo lugar todos os dias, desenvolvem laços, e desses, surge a empatia. É nesse contexto que, entre as paredes casperianas, nasceram grupos de ação militante. A união dessas pessoas tem como objetivo promover uma conscientização social dentro do âmbito acadêmico, além de empoderar, desconstruir e engajar os alunos em causas importantes. Entre elas, a luta pelos direitos LGBTT+ e o combate ao patriarcado travado pelas feministas das mais diversas vertentes, são as que têm componentes em maior número. Em contrapartida, uma nova frente surgiu: o coletivo Africásper, que apesar de composto por um número menor de pessoas, ganhou força sem nem perceber e é de uma importância sem tamanho.

A frente de militância negra Africásper tem uma história curiosa. Tudo começou com um grupo no Facebook. Sua criação teve como carro chefe a vontade das professoras Bianca Santana, Juliana Serzedello e da ex-aluna da Cásper, já formada, Giulia Ebohon de encontrar e pautar discussões relacionadas à vivência de pessoas negras. Mas, o que começou sem ambição acabou evoluindo mais do que o esperado. O grupo que discutia e problematizava questões raciais virtualmente, resolveu se reunir ao vivo e foi pego de surpresa: sete pessoas, negras, apareceram na reunião e foi aí que a chavinha do grupo foi virada. Ali, se enxergava facilmente um conjunto de pessoas que tinham um ávido desejo de lutar por uma mesma causa. Thaís Regina, de 19 anos e estudante da Cásper, faz parte do grupo de ação do coletivo desde seu início e contou um pouco sobre como tudo começou. “O grupo foi crescendo muito. Na primeira reunião, tivemos a ideia de transformar um grupo de Facebook em um coletivo. E aqui estamos”.

Após reconhecido e definido como coletivo, reuniões, que se dividem em dois tipos, abertas e auto-organizadas (ou fechadas), levam para os participantes, quinzenalmente, os mais diversos temas. Desde apropriação cultural, hipersexualização da mulher negra até a religião africana Ubuntu. Encontros organizatórios de possíveis eventos relacionados à raça também passaram a fazer parte da agenda da frente.

Quanto ao estilo das reuniões, as abertas recebem pessoas brancas e negras de toda a faculdade. Já as auto-organizadas, são apenas para pessoas do grupo de ação (as que organizam eventos, escolhem pautas e programam as discussões). Com essa política, além de os assuntos serem bem escolhidos, o lugar de fala é preservado, bem como a privacidade e conforto dos participantes em compartilhar qualquer experiência que não os deixe a vontade na presença de pessoas brancas.

Cumprindo com as premissas estabelecidas na criação do coletivo, houve pessoas que obtiveram um desenvolvimento pessoal que crescia na mesma proporção em que a ambição e o número de integrantes do Africásper aumentava. “Eu descobri quem eu era, o que era ser negro e como lidar com isso. Aprendi a me aceitar e aceitar minha cor”, disse o ex-integrante da frente Matheus Moreira, de 20 anos, aluno do 3º ano de jornalismo noturno da Cásper. “O que eu tirei de lição com o coletivo é que eu desejo para os outros o mesmo tipo de crescimento que eu tive”, completou.

É fato que, aos poucos e com paciência, grandes mudanças podem ser realizadas. O Africásper, sem dúvida, é um movimento que luta por uma causa nobre e justa, de grande importância dentro de uma faculdade majoritariamente branca e que preza pela inclusão dxs alunxs negros. Você, calourx, que lê essa matéria, sentiu vontade de fazer parte disso? Fique atento! Todo início de ano é aberto o processo seletivo para entrar no G.A. africasperiano. A data de início das inscrições é divulgada no Facebook do coletivo.

Participar deste grupo, com certeza, é algo que fará seu dia-a-dia entre as paredes casperianas algo inesquecível e acolhedor. O Africásper sempre esteve e continua de braços abertos para receber novos integrantes e contribuir no crescimento deles. O que acha de descobrir a África que existe dentro de você?

A arte de realizar sonhos

Exercendo a cidadania, casperianas mostram a importância do voluntariado para o desenvolvimento pessoal

Por Catherine Gaspar Rodrigues, 3ºJOC

O dia a dia atarefado costuma ser uma característica cada vez mais comum no estilo de vida dos jovens. Nesse cenário, fica a seguinte questão: como arrumar tempo na rotina para colocar a noção de cidadania em prática e ajudar ao próximo, contribuindo de alguma forma para a vida das pessoas? Como sair da esfera individualista à qual o homem moderno está acostumado e realmente participar da vida do outro, mostrando que ela também importa?

Considerando a bruta realidade socioeconômica vivida por milhares de brasileiros, muitos estudantes desejam fazer a diferença, contribuindo ativamente para a construção de um futuro melhor, principalmente de quem se encontra em uma situação de maior vulnerabilidade, como crianças e idosos de comunidades carentes. Pensando nisso, muitos jovens procuram deixar a sua contribuição através do envolvimento em projetos voluntários.

Na Faculdade Cásper Líbero, estudantes de Jornalismo que já participaram de experiências como essa recomendam a participação nesse tipo de ação social, considerando o voluntariado uma fonte de benefícios mútuos, tanto para quem ajuda quanto para quem é ajudado.

Um sonho que se tornou realidade

A estudante Érica Azzellini, do terceiro ano, é voluntária na ONG internacional Sonhar Acordado, que trabalha diretamente com crianças e adolescentes. Érica conta que a ONG surgiu no México nos anos 90, a partir de uma iniciativa de um grupo de amigos para mudar o mundo. “Eu acho que esse é o espírito de todo o voluntário que entra no Sonhar Acordado”, afirma. Ela revela que o seu primeiro contato com a organização foi através de um grupo nas redes sociais. “Quando eu li sobre os projetos, me apaixonei. Não tinha como não participar”, conta a voluntária.

Quanto aos projetos realizados pela ONG, Érica aponta a existência de três principais: o Amigos Para Sempre, Sonhando Acordado e o Preparando para o Futuro, sendo este último no qual ela está envolvida. Tratam-se de atividades que visam preparar os jovens para o mercado de trabalho, assim como dar a eles uma formação humana. Érica conta que atuou diretamente com adolescentes de Paraisópolis. “Nós desenvolvemos várias atividades lúdicas e debates, ouvimos suas histórias, foi muito marcante. É muito bom esse contato”, comenta a aluna.

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Roda de valores que inspira o trabalho do Sonhar Acordado. Fonte: FRATERLUZ

Muito além de um intercâmbio

Rafaela Putini, do segundo ano, conta que sua experiência como voluntária começou em um dos Lares Batistas de Campinas, onde ajudou por dois anos. Lá, ela desenvolveu um projeto de leitura e escrita para crianças carentes. Quando se mudou para São Paulo, começou a contribuir para a AIESEC, entidade presente em mais de 100 países, que trabalha com jovens de 15 a 30 anos. Lá, ela fez parte de um projeto que trazia intercambistas para o país, para dar aula a alunos que não podiam pagar. “Eu acredito muito no propósito da AIESEC. Esse trabalho me deixava muito feliz e motivada, além de proporcionar uma amizade com os intercambistas”, conta.

Confira abaixo uma breve explicação sobre o Programa de Host Family da AIESEC:

 Uma ajuda que é sempre bem-vinda

A estudante Giovanna Fiorani, do terceiro ano, envolveu-se nos projetos voluntários ainda quando estava no Ensino Médio. Ela aproveitou que sua escola tinha parceria com um orfanato da região do Tatuapé, a Casa Dom Luciano, para dar aulas de informática para crianças até adolescentes. “Nesses quatro anos, eu pude crescer como pessoa e como profissional”, conta Giovanna, que afirma ter aprendido muito em questão de relações humanas. Além das aulas, também havia campanhas de arrecadação de alimentos e agasalhos. A estudante afirma sentir falta do vínculo com as crianças: “Era uma relação muito amorosa, nós pudemos acompanhar como a história deles foi se desenvolvendo”. Giovanna ressalta que, ao longo do projeto, as crianças foram ficando mais alegres e receptivas. “Tanto você se doa quanto as pessoas se doam para você”, comenta a estudante.

Assim como Giovanna, a estudante do segundo ano Beatriz Vilanova também realizou seu trabalho voluntário quando estava no Ensino Médio. Intitulado Mão Amiga, o projeto é realizado pelos próprios alunos e ex-alunos e está voltado para crianças de comunidades carentes. Beatriz conta que ela costumava ir até as escolinhas onde os pequenos passavam o dia, para desenvolver brincadeiras com eles e distraí-los. Ela afirma que o trabalho, além de gratificante, foi emocionante: “Uma vez, teve uma criança que veio e me abraçou de repente, sem eu dizer nada. Meu olho se encheu de lágrimas”, lembra Beatriz.

Se você se interessou pelo trabalho desenvolvido por alguma dessas instituições, confira abaixo os links dos sites para conhecê-las melhor. A sua ajuda pode ser fundamental. Inspire-se nas casperianas e faça parte de um projeto também!

AIESEC ❤ 

Sonhar Acordado ❤ 

Mão Amiga ❤

Casa Dom Luciano ❤

Em SP, universidades ainda carecem de estruturas para ciclistas

Por: Giuliana Pompeu e Julia Guadagnucci, 3ºJO-C

A decisão de ir para a faculdade de bicicleta vem sempre acompanhada da dúvida de onde poderemos deixar a magrela estacionada. Já se passou mais de um ano desde o primeiro dia em que resolvi chegar na Faculdade Cásper Líbero com a minha bike e ainda tenho total compreensão com os novatos na empreitada, pois assim como muitas outras faculdades e universidades de São Paulo, aqui não existe um bicicletário oficial e fica por conta do jeitinho brasileiro arranjar um local seguro para estacionar a magrela.

Pensando nisso, e imaginando que essa matéria também possa ser uma forma de incentivo à construção de bicicletários nas universidades, resolvi fazer uma lista colaborativa com as instituições que dispõem de um espaço reservado para nossas companheiras de duas rodas.

Restringindo a lista para os campos universitários da cidade de São Paulo, podemos começar pela Faculdade Cásper Líbero, instituição de ensino onde estou cursando minha graduação em jornalismo. No prédio da Fundação, localizado na Avenida Paulista, funcionam também a TV Gazeta, a Rádio Gazeta, a administração da Fundação Cásper Líbero, além de algumas outras emissoras que alugam o sinal da Antena da Gazeta.

CL_Giuliana Pompeu

Na Faculdade Cásper Líbero, o bicicletário é uma simples barra de ferro que acomoda cerca de seis a oito bikes. Crédito: Giuliana Pompeu

Tendo em vista essa realidade, são muitas as pessoas, entre alunos e funcionários, que precisam de um local segura para estacionar a magrela por lá. Mas foi só com a contratação da bikerrepórter Renata Falzoni, que a situação de quem vai de bike melhorou um pouco. “O bicicletário surgiu a partir de um contrato de prestação de serviço que eu mantenho com a emissora. Ele ficou pronto no último dia da cobertura da Copa do Mundo de 2014 e a partir de então o uso dele por mim diminui muito, mas foi por conta do uso dos alunos e funcionários da instituição que ele ainda se mantém lá sem ser obstruído por algum carro estacionado.”, comenta Falzoni sobre o bicicletario localizado no 3º subsolo do prédio, em um estacionamento onde o serviço de valet é terceirizado.

Veja também: Prédio sem bicicletário e bike barrada no elevador. O que fazer?

Dia após dia, eu pude ver o número de ciclistas ir aumentando conforme eles percebiam que era possível estacionar a bike no local. Segundo um funcionário da Fundação, que prefere não se identificar, a instalação da simples barra de ferro nos fundos do estacionamento facilitou muito a vida de quem já ia de bike trabalhar: ”Eu e mais uns dois colegas já vinham de bike antes desse espaço, a diferença é que tínhamos que levar a bike até uma sala de entulhos e deixar elas lá. Gastava-se muito mais tempo.”

Atualmente, os alunos que usam a bicicleta como meio de transporte tem tentado se articular para que um espaço maior e mais adequado seja construído no prédio. Pois apesar de comportar, de certa forma, as bikes dos que vão com mais frequência, o simples fato de não ser um bicicletário oficial, tão pouco divulgado, faz com que muitos deixem a magrela em casa e não aproveitem a infraestrutura que as novas ciclovias trouxeram para a região.

Em contrapartida, instituições como a Universidade Presbiteriana Mackenzie, localizada na Rua da Consolação, investem em uma infraestrutura segura e adequada para seus alunos e funcionários. Segunda a equipe de segurança da instituição, a universidade sempre contou com um bicicletário, mas foi em meados de 2014 que o local recebeu uma reforma e hoje conta com espaço para quase vinte bicicletas, sendo que todas ficam protegidas por um portão, que só é aberto por um funcionário do Mackenzie.

MACK_Reprodução

No Mackenzie, o bicicletário tem duas estruturas de estacionamento para as bikes e ficam guardadas por um portão. Reprodução.

Estive lá no fim de tarde de um dia de semana e é impressionante a quantidade de funcionários e alunos que utilizam o serviço. Mesmo eu não sendo aluna ou funcionária, o uso do bicicletário foi autorizado, uma vez que estava indo lá para uma exposição organizada pela a universidade. Eu precisei apenas deixar meu nome completo, meu RG e o modelo da minha bike nos registros.

Bicicletário gera demanda: Bicicletário do Largo da Batata ultrapassa 1500 estacionamentos em um mês

A rede de Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) também tem investido na segurança de seus usuários ciclistas. Algumas unidades dispõem de uma estrutura mais adequada, como é o caso do campus Santo Amaro, onde um equipamento de pendurar as magrelas foi instalada no estacionamento – localizado no subsolo do prédio – antes do ano de 2012. “No começo da faculdade, em 2012, quase não haviam bicicletas além da minha. Eu parava tranquilamente. No final da faculdade, ano passado, a situação já era diferente, com muitas bicicletas disputando espaço.”. comenta Thiago Sievers.

Já a aluna Silvana Roxo, estudante de veterinária no campus Morumbi, enfrenta uma realidade diferente. Com um bom espaço destinado ao estacionamento das magrelas, o problema do local é a falta de infraestrutura.

“É um canto improvisado. Colocaram três argolas na parede, acredito que tenham restado do antigo espaço para animais de grande porte. Mas ainda assim é um grande incentivo, pois a região tem muito risco de assaltos.”, relata a ciclista.

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Na FMU – campus Morumbi, o bicicletário consiste em um espaço reservado para as bikes, mas com apenas três argolas improvisadas. Crédito: Silvana Roxo.

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Ainda entre as universidades particulares, o bicicletáio da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) – localizada na região de Perdizes – é muito similar ao da Faculdade Cásper Líbero. “Há bastante demanda por lugares para estacionar, pois há alunos e professores que vão de bike para a faculdade. O bicicletário fica no estacionamento da universidade, ele não é ruim (um cano preso a parede), mas não é o mais adequado e falta uma melhor infraestrutura para banhos e troca de roupas. Creio que se a universidade investisse só um pouco mais, o número de ciclistas puquianos aumentaria muito, entre professores e alunos.”, explica o aluno e ciclista Daniel Demeter.

PUC_Daniel Demeter

Na PUC, o bicicletário fica no subsolo do prédio e é feito com uma única barra de ferro. Crédito: Daniel Deméter.

Passando para as universidades públicas, é possível julgar que a situação é melhor. No caso da Cidade Universitária, a realidade de cada faculdade varia. A Escola Politécnica por exemplo, que engloba diferentes campus da engenharia, tem alguns exemplos de bicicletários, como conta a aluna Maisa Barbosa: “O Bicicletário da engenharia elétrica é um exemplo a ser seguido, e talvez por isso tenha maior adesão dos alunos ao ciclismo. Possui dezenas de vagas, em que as bicicletas não precisam ficar penduradas, e o local é extremamente seguro contra roubos, após a entrada no prédio, que possui acesso controlado. Tenho certeza de que a segurança contra roubos aumenta a adesão ao ciclismo urbano, pois este foi o meu caso.

POLIELETRICA_Maisa Barbosa

Na Engenharia Elétrica da Poli, o bicicletário é um exemplo a ser seguido, ele tem muitas vagas e fica em local seguro.  Crédito: Maisa Barbosa.

No extremo oposto estaria o Bicicletário da engenharia de produção, que fica ao ar livre e possui apenas 18 vagas, para uma faculdade com tantos alunos (e farta de vagas para carros, diga-se de passagem). Infelizmente, a falta de vagas leva os alunos a prenderem as bicicletas nos corrimãos, o que também não é correto, pois prejudicar a circulação de pedestres.”, finaliza Maisa.

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Na Engenharia de Produção da Poli, o bicicletário tem poucas vagas e fica em uma área de acesso livre.               Crédito: Maisa Barbosa.

Por último temos o bicicletário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “ Trabalho na Unifesp e por demanda dos servidores a universidade transformou uma vaga de carro de seu estacionamento em um bicicletário. Acho que éramos apenas três pessoas que vinham de bicicleta antes da estrutura e agora tem umas seis ou sete bicicletas, todos os dias. O bicicletário é simples, feito com canos de pvc mesmo, mas ele está dentro do estacionamento da Unifesp, do lado da guarita, então eu nem tenho preocupação.”, relata o ciclista Lucian de Paula.

UNIFESP_Lucian de Paula

Na Unifesp, o bicicletário fica ao lado da guarita de segurança e dentro do estacionamento da faculdade.

Entre diferentes circunstâncias, todos os bicicletários trazem uma realidade em comum: incentivam as pessoas a tirarem a bike da garagem e usarem a magrela como meio de transporte. O caminho é pressionar as instituições a darem maior acessibilidade aos ciclistas, possibilitando que a cultura da bicicleta se amplie cada vez mais. Pois não basta estar com a bike na rua, é preciso ter onde deixar ela bem estacionada nos nossos destinos. Isso é crucial para se ter uma efetiva mobilidade por bicicleta.

Pensando em vir para a Paulista de bike? Você pode estacionar sua magrela com segurança no novo bicicletário municipal da região, inaugurado junto com a extensão da Ciclovia da Paulista. Veja no vídeo como funciona!