Os bons filhos….

…À Cásper retornam.

Por Carolina Mikalauskas Sanches, 3 Jo C

Existem ex-alunos que, mesmo depois de se formarem na graduação (e em alguns casos, até mesmo depois da pós graduação) da Faculdade Cásper Líbero, não conseguiram se livrar da querida casa! Conheça alguns ex-Casperianos que hoje são professores na Faculdade Cásper Líbero.

Empresário e professor

Durante o período do vestibular, a Faculdade Cásper Líbero sempre foi a primeira opção de João Riva, professor de graduação do curso de Publicidade e Propaganda, o mesmo que ele se formou, em 2006. Riva relembra que dedicou-se unicamente para passar na Cásper, e hoje, ao colocar na balança, ele conclui que todo o estudo valeu a pena: “foram quatro anos divertidos e de muito crescimento. Aqui fiz grandes amigos, contatos profissionais que seguem firmes até hoje, bem como muitos ensinamentos que levo comigo”.

Ele conta que não imaginava tornar-se professor, uma vez que sua vida corporativa sempre foi bastante agitada. Voltar para a casa, foi, então, “meio por acaso” e uma surpresa boa que aconteceu em sua vida: “ministrar aulas nos fornece a possibilidade de nos reciclar diariamente, e conhecer gente sempre muito interessante. De bônus, conviver com jovens mantém também minha mente jovem por mais tempo”.

Para ele, que ao mesmo tempo que mantém a sua empresa a todo vapor, também ministra aulas de pós graduação e MBA em outras instituições renomadas, ser um professor da Cásper é um privilégio. Ele confessa: “a Cásper Líbero se tornou prioridade [diante das outras instituições], já que tenho um carinho especial pela faculdade. Ter vivido minha formação profissional aqui me fez levar a Cásper Líbero num lugar especial no meu peito. Deve ter gente que goste da Cásper Líbero tanto quanto eu, mas não mais!”, ele brinca.

Escolha certa

Luís Mauro Sá Martino, professor da graduação do curso de Jornalismo e mestrado da Cásper, relembra que seus tempos como aluno na casa foram um dos períodos mais legais de sua vida, onde ele conheceu vários de seus melhores amigos, e professores excelentes, que o ajudaram a encontrar novos horizontes. Então, para ele, dar aula na mesma instituição em que se formou é “uma sensação ótima de continuidade e, ao mesmo tempo, de novidade”. Ele conta que é muito bom ver outras alunas e alunos em um espaço que conhece, mas cada um trilhando seus próprios caminhos. “Acho que Dumbledore e Snape deviam sentir algo parecido em Hogwarts”, ele brinca.

Ao contrário do que pode parecer, no começo, ser professor passava longe dos planos de Luís Mauro, que hoje é referência no mundo acadêmico da comunicação e lidera o grupo de pesquisa “Teorias e Processos da Comunicação”. “Aliás, havia desistido de cursar História porque a única opção seria lecionar”, ele confessa. “Hoje não me vejo fazendo outra coisa. Porém, só comecei a pensar na carreira acadêmica no terceiro ano de Jornalismo. E, claro, a ideia de dar aula na Cásper apareceu ao mesmo tempo”.

Luís Mauro tornou-se professor da Cásper aos 22 anos, um pouco menos de dois anos depois de se formar. Ele se lembra perfeitamente deste dia: “Comecei a lecionar no dia 15 de fevereiro de 2000, com 22 anos – meu primeiro dia oficial como professor. Aliás, primeira noite: uma quinta-feira excepcionalmente fria para o verão. Se não me engano, no 2o. JoC. Olha só!”

O coração vermelho e branco nunca para de pulsar

Tatiana Benites, professora de X, conta que sempre gostou de estudar e que adorava frequentar a Faculdade, tanto como espaço, quanto instituição. Seus professores e sua turma, inclusive sempre foram muito queridos para ela, que, mesmo 16 anos depois de formados, ainda são unidos.

O destino como professora bateu várias vezes em sua porta. Ela tentou negar nos mais diversos momentos, mas não conseguiu fugir de sua vocação: “Nunca imaginei voltar para Cásper como professora. No período que fazia pós-graduação fui convidada para ser monitora, o que mais tarde seria o ‘programa de Professor do Futuro’, o qual neguei 5 vezes. Depois, resolvi aceitar pela insistência dos professores que diziam que eu tinha perfil para ministrar aulas”. Ela conta que logo que terminou esta monitoria, foi convidada a lecionar.

Quando aluna, Tatiana usufruiu de diversas oportunidades que destacaram-na no mercado: “Tive a oportunidade de ganhar 2 prêmios acadêmicos, Expocom 2001 e 2002, conquistando em ambos o 1º lugar em Pesquisa Mercadológica”. Após formada, ela cursou também a pós-graduação, em 2003. Ela mostra ter muito orgulho em dar aula na mesma instituição em que se formou:Eu sempre digo que o coração continua pulsando vermelho e branco! Você veste a camisa da instituição com muito amor e gratidão pelo que você aprendeu e hoje pode transmitir aos seus alunos”.
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Jornalismo: transformações e permanências

Por: Gabriela Glette, Giovanna Fontenelle e Laura Uliana

Já faz algum tempo que a nostalgia passou a fazer parte do jornalismo. Porém a saudade de um tempo que não volta mais não se restringe apenas às pessoas que vivenciaram e fizeram parte das antigas redações jornalísticas, ela também faz parte dos jornalistas que nunca trabalharam e que nunca irão trabalhar em uma redação, afinal o jornalismo está mudando. Ele nunca vai acabar mas está se transformando a cada dia que passa. Para uns é o fim, para outros, um recomeço; no entanto, há os que enxergam na crise uma oportunidade.

De poucos anos para cá muitas revistas acabaram e as redações jornalísticas estão se tornando cada vez menores. Isso não acontece porque a quantidade de notícias vem diminuindo, pelo contrário, mas porque a forma de veicular e de consumir essas notícias está se adequando para um mundo cada vez mais digital, um mundo do qual as pessoas escolhem a notícia que querem ler e podem fazer isso de qualquer lugar, principalmente pelos seus smartphones, que hoje tornaram-se o modo mais utilizado para as pessoas consumirem notícias devido a uma maior facilidade, agilidade e liberdade.

Para a geração que nasceu com a tecnologia, que escreve a partir de um tablet e consegue produzir matérias com um simples smartphone é difícil imaginar que há nem muitos anos a máquina de escrever era a opção mais tecnológica para os escritores e jornalistas. E apesar dela ter se tornado um artigo de colecionador ou objeto de decoração porque realmente escrever pelo computador é mais rápido, mais eficiente e muito mais ecológico já que na maioria das vezes não precisamos imprimir, ainda existe um pequeno grupo de pessoas que preferem uma boa máquina de escrever ao computador e lutam para que ela não caia em total esquecimento, como é o caso de Ronaldo Valim, colecionador e restaurador de antigas máquinas de escrever que em sua oficina no centro de São Paulo guarda mais de cinquenta delas, devidamente restauradas, catalogadas e muito bem zeladas; uma delas data de 1800.

Em sua casa, Valim tem também os anúncios de máquinas de escrever publicados em diferentes épocas. Ele conta que já procurou museus para expor suas máquinas e relíquias, mas nenhum deles respondeu.

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Ronaldo Valim, em sua oficina no centro da cidade de São Paulo. Foto: Gabriela Glette

Ronaldo, que começou a restaurar máquinas “acidentalmente” há 35 anos quando comprou sua primeira máquina de escrever na feira do Bixiga, afirma que para quem gosta de escrever o computador jamais irá substitui-la ou até mesmo uma caneta e um pedaço de papel, já que para o senhor de 70 anos isso é mais do que uma opção, é uma arte e o mesmo vale para os livros e veículos jornalísticos impressos. Para ele as redações vão diminuir até chegar no ponto que elas representem apenas um nicho de pessoas, mas jamais acabarão por completo pois sempre irão existir as pessoas que preferem ler um livro impresso do que pelo tablet.

O jornalismo não se acaba, ele se transforma. Com a decadência do impresso e a falência das redações, jornalistas e estudantes buscam novas maneiras de transmitir a informação; é neste momento que surgem fenômenos como vlogs, blogs pessoais sobre os mais variados temas, jornalismo independente (como é o caso dos Jornalistas Livres) e até mesmo um hibridismo com a arte, quando o fotojornalismo invade galerias e feiras de fotografia. Por mais que consideremos belo o impresso, hoje ampliamos nosso leque e mudamos conforme se alteram nossas tecnologias.

Agora, se alguém se interessar em chamar Valim para uma exposição ou quiser conhecer mais de seu trabalho, pode acessar seu site.

Semana de Provas: Histórias de sobrevivência e entregas no último minuto

Dois meses se passam e os alunos da Cásper se deparam com a mesma semana estressante: a Semana de Provas. Tão alucinante quanto os jogos do JUCA,  esse período, embora curto, de cinco dias é o suficiente para render excelentes histórias dos estudantes. Sejam estas histórias de terror, superação ou apenas momentos tragicômicos.

A boa notícia? Todos sobreviveram e podem contar suas histórias.

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Lei de Acesso à Informação: o que mudou nos últimos 4 anos?

Como o nível de transparência de órgãos governamentais impacta a agenda pública? No Brasil, o índice é de 3,92, segundo ranking do Ministério Público Federal realizado em 27 estados e 5.568 municípios. A Lei de Acesso à Informação (LAI) completa neste ano quatro anos de vigência e, há cinco meses das eleições municipais em São Paulo, é possível perceber que ainda há graus de opacidade quando o assunto é governo aberto.

Com base nesse cenário, a Rede pela Transparência e Participação Social (RETPS) promoveu debate, na última quarta-feira (18), sobre o tema com a presença de organizações da sociedade civil e representantes de entidades públicas com a mesa “Eleições Municipais: 4 anos de Lei de Acesso à Informação e a Transparência nos Municípios”.

A LAI (Lei 12.527/2011) garante que qualquer cidadão possa requisitar e receber dados públicos. Um dos pontos levantados é a variação do cumprimento da legislação de acordo com as esferas de poder. “O Poder Executivo é o que mais usa o decreto e é o mais efetivo na regulamentação”, comparou João Gomes, da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo.

O órgão divulgou, em março deste ano, estudo sobre o atendimento e regularização de leis e sistemas de acesso à informações públicas em cidades paulistas com mais 10 mil habitantes. O período de abrangência detectou que, das 645 Prefeituras e Câmaras Municipais avaliadas, 416 municípios não apresentavam norma específica relacionada diretamente à LAI. 34% possuíam normativas para o Poder Executivo e 11% para o Legislativo, sendo que apenas 9,3% apresentavam regulamentação para os dois poderes.

Fonte: Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado de São Paulo.

No entanto, a presença de um site ou portal da transparência é quase totalitária: 92% e 75,5%, respectivamente, em Prefeituras e Câmaras. Este panorama é referente à Lei Complementar 131/2009, que obrigada União, Estados e Municípios com mais 100 mil habitantes a disponibilizarem dados sobre execução orçamentária. Chama-se de transparência ativa quando órgãos divulgam informações de forma espontânea, sem a necessidade de ser requerida, seguindo a legislação. Em contrapartida, solicitar um dado ainda é um problema, já que 151 cidades não apresentam canal de transparência. “A maior parte dos municípios pequenos não tem instrumento de acesso à informação nem alternativas para atendimento”, revela João Gomes.

Somente a existência da lei não é suficiente. Levantamento da ONG Artigo 19 contestou o grau de transparência passiva no Judiciário, solicitando dados acerca de orçamento, processos judiciais, documentos; e de transparência ativa sobre funções administrativas e jurídicas. O resultado é alarmante: 56,8% de não-respostas. Nenhum dos 27 Tribunais de Justiça do país atenderam as predileções legais de transparência. “Não havia classificação de informações básicas como horário de atendimento. Os sites também não indicam quais dados são sigilosos e por que estão sob sigilo.”, aponta Joara Marchezini, da Artigo 19 e da RETPS. Ela acredita que é necessário um órgão independente, com participantes da sociedade civil, para monitorar a atuação das instituições públicas nesse sentido. “O mais próximo que tínhamos era Controladoria-Geral da União. É um retrocesso”, argumenta Marchezini sobre a recente extinção do maior órgão fiscalizador do governo pelo presidente interino Michel Temer (PMDB).

Por outro lado, o Procurador da República, Eduardo El Hage, salientou a importância de recorrer ao Ministério Público. “O papel de ‘advogado da sociedade’ é feito pelo MP. Nem sempre ele dá as respostas como se gostaria, mas é para ser demandado quando há violações. O Judiciário é independente, mas movido a pressão popular”. O MPF elaborou, entre setembro e outubro de 2015, um mapa nacional da transparência, avaliando portais de todos os estados e 5.568 municípios. O índice também comparava a quantidade de recursos transferidos da esfera federal para os outros entes.

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Posição dos estados e cidades melhores avaliadas pelo Ministério Público Federal em nível de transparência. Notas de 0 a 10. Fonte: MPF

As avaliações não permaneciam apenas enquanto dados disponíveis para a população, mas também em recomendações feitas pelo MPF a prefeitos, governadores, Câmaras de vereadores e Assembleias Legislativas. As ações civis eram realizadas para que os órgãos aperfeiçoassem os canais de informação em um prazo específico. Se não fossem acatadas, a ação se tornaria processo judicial, e o gestor poderia correr o risco de perder o mandato por improbidade administrativa. “Foram mais de 3 mil recomendações em dezembro de 2015 e algumas cidades melhoraram o nível de transparência. A gente percebeu que gera mais efeito a divulgação de um ranking como constrangimento político do que propor primeiramente uma ação civil pública. São dois mecanismos de pressão.”, explica o procurador. A próxima avaliação em continuidade ao projeto será divulgada no dia 8 de junho.

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Pesquisadora do COLAB-USP, Gisele Craveiro. Foto: Jeniffer Mendonça.

 

Representando a academia, a pesquisadora Gisele Craveiro, do Colaboratório de Desenvolvimento e Participação da USP, pautou a questão qualitativa de dados fornecidos por entidades governamentais. “Existem vários graus de transparência. O que pode ser transparente pode ser totalmente opaco para outra pessoa. O dado orçamentário é um bom exemplo disso. Eu tive que aprender contabilidade pública para tentar traduzir isso numa outra linguagem para outras pessoas que não tinham esse conhecimento prévio.”. Gisele Craveiro se refere ao projeto “Cuidando do Meu Bairro”, que lançou em 2012. O intuito era associar os gastos públicos ao território.

Ela critica a falta de detalhamento e ferramentas de visualização de informações por parte dos gestores, além da burocracia para solicitar um pedido. “A grande demanda que a gente entendeu de toda essa história é que as pessoas não queriam saber dos dados orçamentários. Elas não queriam ver a execução em tempo real, elas queriam entender por que a qualidade do serviço público era ruim. Eu não tinha como explicar isso com receitas de despesas do município.”

A questão do engajamento social nesse sentido também coloca em xeque como dados são transformados em conhecimento e apropriados pela sociedade. Para Vagner Diniz, do Centro de Estudos sobre Tecnologias Web (Ceweb BR), a presença de “atores intermediários” como a mídia nesse processo não é ideal, mas tem sido importante para a visibilização de instrumentos que possibilitem o acesso à dados públicos. “A transparência e o combate à corrupção são valores que surgiram recentemente. A população se envolve e se engaja quando as coisas fazem sentido no cotidiano delas. Há uma demanda reprimida por iniciativas que empoderam a população por meio de novas tecnologias porque elas estão restritas a centros urbanos”, pontua.


Como fazer um pedido de informação?

  • A Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) disponibilizou um guia com todos os itens e requisitos importantes sobre a Lei de Acesso à Informação.
  • No site do Fórum de Direito de Acesso à Informações Públicas há um modelo de carta para ser enviada a entidades públicas. O grupo também coordena avaliações sobre a atuação da LAI, com atualizações anuais, além de um monitoramento diário sobre o assunto.

Onde pesquisar dados de órgãos públicos?

Os jornalistas Marco Túlio Pires e Natália Mazzote, da Escola de Dados, realizaram um curso online sobre jornalismo de dados pela Knight Center for Journalism in the Americas de julho a setembro de 2015. Nesta planilha disponível no Google Sheets, há uma série de endereços eletrônicos de órgãos públicos para pesquisar informações. A lista é colaborativa.

 

Por Jeniffer Mendonça, 3º. JOA

Mobilidade e direito à cidade na 2ª Semana de Debates de Cultura Geral

 

Na última semana, aconteceu a 2ª Semana de Debates de Cultura Geral: Invisibilidades, Alteridades e Convivências, organizada pela Coordenadoria de Cultura Geral da Faculdade Cásper Líbero. A mesa que deu início ao evento na manhã de quarta feira (11) teve como tema “Relações centro-periferia: mobilidade e direito à cidade” e se propôs a discutir o direito à cidade no contexto atual, as diferentes formas de ocupação do espaço público e novas formas de manifestação política.

Raphael Brito Faustino, professor de Economia da Cásper, foi o responsável pela mediação do debate. Ele abriu a mesa propondo uma reflexão com questões como: qual o papel da comunicação no direito à cidade? Como entender a comunicação como uma ferramente de discussão e luta pelo espaço público? O professor ainda levantou a impdireito a cidadeortância de compreender o direito à cidade como um direito coletivo e de todos.

A primeira fala foi especialista em Desenvolvimento Econômico, William Vella Nozaki, que abordou o direito à cidade sob duas perspectivas: o espaço público como um local que promove o encontro com o diferente e como um local que propõe disputa de valores. A partir disso, fez um resgate histórico sobre o esvaziamento desse conceito desde o período da ditadura. William também comentou sobre sua participação no Plano de Ocupação do Espaço Público da Prefeitura Municipal de São Paulo.

O segundo a falar foi o professor da casa Jefferson Mariano, que  trouxe dados do censo do IBGE de 2010 para abordar a questão do acesso à habitação e moradia nas cidades. A partir disso, levantou a problemática dos aglomerados subnormais, geralmente localizados na periferia de grandes cidades. Segundo ele, os habitantes dessa região vivem em condições marginalizadas, pois o difícil acesso ao transporte público impede que essas pessoas usufruam dos direitos à cidade.

A última fala foi da Graziela Krohling Kunsch, artista plástica e ex militante Movimento Passe Livre (MPL). Ela desenvolveu a ideia de uma cidade sem catracas para refletir a questão da acessibilidade aos recursos locais. Para Graziela, a cidade só é acessível se todas as classes sociais tiverem acesso ao transporte, pois é a partir dele que se tem acesso à todos os serviços públicos. Ela ainda comentou sobre a importância de ações concretas e políticas para garantir esse direito a todos os cidadãos. “Precisamos da luta cotidiana para mudar políticas públicas”, defende.

Gostou do tema e quer aprofundar?

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livro 1

Por Claudia Ratti e Heloísa Barrense, 3 JoA

Quais as políticas para o direito das pessoas com deficiência?

O direito das pessoas com deficiência, infelizmente, ainda é pouco conhecido pela sociedade. Apesar de estarmos em um momento que muito se fala sobre a famosa inclusão social, os deficientes ainda estão à margem de algumas conquistas.

Pensando em, justamente, esclarecer alguns dos pontos chaves que rodeiam essa parcela da população e, com isso, combater a exclusão social, Liliane Garcez, especialista no assunto, foi até a Faculdade Cásper Líbero para ministrar uma aula especial aos alunos do 3º ano de Jornalismo. Logo de início já dava para ter uma certeza: aquelas poucas horas reservadas na Aloysio Biondi seriam enriquecedoras.

Liliane é a típica mulher que não perde tempo. Confortável e brincalhona deu início à palestra que foi subdivida em três grandes temas: normas; conceitos; e políticas públicas. Do outro lado da sala, sentados, os alunos estavam ávidos pelo que viria. Papel e caneta em mãos, como tradicionais jornalistas à espera de uma coletiva de imprensa.

Conceitos

Liliane iniciou a palestra com alguns conceitos básicos. Entre os temas analisados estavam os direitos humanos, o ciclo da exclusão social que os deficientes sofrem durante toda a vida e os diferentes tipos de acessibilidade relacional. Para ela, “enquanto os deficientes não estiverem incluídos em todas as esferas da sociedade, a população não entenderá quais mudanças são necessárias para garantir os direitos dessas pessoas”.

Normas

No bloco da palestra destinado às normas, Liliane mostrou que a pauta de direitos para pessoas com deficiência ainda é algo muito recente. Na ONU só passou a ser discutida em 2006, já no Brasil, o primeiro decreto foi assinado em 2008. Ou seja, tudo ainda é muito novo e, de acordo com a especialista, “as vitórias são alcançadas a passos muito lentos”, afirma.

Políticas públicas

Antes de abrir a palestra para a esperada rodada de perguntas, Liliane explicou algumas das políticas públicas que estão em vigor no Brasil. Entre elas, o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite, que visa envolver diversas áreas, como saúde, educação e transporte, para que haja uma evolução por completo.

“Inclusão não é o oposto de exclusão. Incluir é fazer com que diversas barreiras sejam quebradas e, por isso, essas políticas públicas são tão importantes”

Liliane Garcez

Interessou-se pelo assunto? Assista ao vídeo abaixo:

A palestra foi, de fato, algo muito importante para os alunos e alunas presentes. Durante a rodada de perguntas, diversos temas foram abordados. Entre eles, educação, acessibilidade, comunicação e questões sociais. Para a aluna Larissa Santana, foi uma oportunidade única. “Ainda não havia tido a chance de me aprofundar sobre os direitos dos deficientes. Foi incrível”.

liliane garcezSaiba mais sobre Liliane Garcez

Doutoranda na área de Filosofia e Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – USP, Liliane já é mestre na área de Psicologia e Educação também pela USP e graduada em Psicologia, pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, e em Administração Pública, pela Escola de Administração de Empresas, da Fundação Getúlio Vargas.

Atualmente, é professora em cursos de Pós-Graduação, Formação Continuada de Educadores, Oficinas, Seminários, abordando temas relacionados a Práticas Inclusivas, Diversidade em Sala de Aula, Construção Coletiva do Conceito de Inclusão e outros. Além disso, Liliane é autora de publicações para revistas especializadas e periódicos sobre o tema.

Autoras: Isadora Almeida e Letícia Negresiolo

Campanha do Agasalho 2016: “Mais amor, menos frio”

IMG_4614O frio chegou a São Paulo para alegria de muitos. Mas para aqueles que vivem em situação de rua ou de baixa renda, o período é impetuoso. De acordo com o Censo da População em situação de rua de 2015, existem 15.905 pessoas vivendo nessas condições na capital. A maioria está nas regiões da Sé e no bairro da Moóca. E os homens correspondem a 82%. Neste contexto, os órgãos de responsabilidade social municipais, estaduais, ONGs e campanhas de doação têm um papel importante.

Pensando nesse cenário, a Fundação Cásper Líbero em parceria com o Grupo Cidadania Empresarial (GCE) lançou a “Campanha do Agasalho 2016”. Marcia Cristina Firmo, analista de Projetos Sociais do GCE, afirma que a identidade visual da campanha é um ponto chave. “Esse ano gostaríamos muito de sair do formato convencional, que era somente colocar caixas nos andares para o depósito dos agasalhos e que em alguns momentos se tornavam cesto de lixo. As araras se tornam um convite para a ação, para um ato de solidariedade, aonde você tira do seu armário (sem uso) dando lugar para uma peça nova, além de receber uma linda mensagem que está pendurada no cabide”.

Com o lema “Mais amor, menos frio”, araras e caixas de coleta estão localizadas no 3º, 4º, 5º e 6º andares da Faculdade, esperando para receber roupas, cobertores e agasalhos em bom estado que serão destinadas à crianças e adultos, aquecendo quem mais precisa.

Sofia Rossas, aluna do curso de Jornalismo da Cásper Líbero, fez sua doação pela primeira vez esse ano. “A maneira de exposição das doações me chamou atenção. Jogar a roupa na caixa parece lixo, o que não é verdade”. Além da doação de roupas, ela também já participou de arrecadações e doações de ovos de Páscoa, para crianças carentes do Jardim São Luiz e recentemente, na comemoração do seu aniversário, pediu aos convidados que levassem 1kg de alimentos para doação.

É hora de praticar o desapego e participar de ações práticas para ajudar quem necessita.

Por: Julya Vendite e Mariana Branda, do 3JOD